sábado, 14 de janeiro de 2012

Defesa civil interdita casas em Barra Mansa

Moradores nas proximidades de um barranco localizado abaixo da Rua Vereador José Abel - e acima da servidão da Matinha -, no bairro Boa Vista III, vivem um drama amplificado pelas chuvas ocorridas nos últimos dias: eles foram notificados na última quarta-feira pela Defesa Civil de Barra Mansa para deixarem seus imóveis imediatamente, devido ao risco de desabamento do local. Um problema que, segundo eles, começou em razão de uma obra que nem se pode dizer que começou.

De acordo com o motorista Wilton França de Brito, o morro era coberto por uma vegetação nativa até dois anos atrás, quando os moradores foram orientados e autorizados a limpar o terreno para que fosse construído um muro de contenção pela prefeitura. O barranco foi limpo e preparado, mas não houve construção alguma até hoje.

- Alguns técnicos da Susesp (Superintendência de Obras e Serviços Públicos) estiveram no local em outubro e prometeram o início da obra até o final de 2011, mas até nada foi feito. Agora a Defesa Civil aparece e notifica todos os imóveis próximos ao barranco, diz que devemos nos retirar do local e procurar a prefeitura para solicitar o aluguel social, mas não chegou a nos dar um prazo. São três famílias vivendo na servidão, e estão todos preocupados com a situação - desabafa Wilton.

O motorista alerta que, com as últimas chuvas, o volume de terra solta do barranco está aumentando, deixando todos muito tensos. Agora os moradores estão preocupados com o terreno abaixo da servidão que começou a ceder há uma semana.

Para a moradora Cíntia Regina Cornélio, residente há seis anos em uma casa acima do barranco, a preocupação aumenta a cada chuva.

- Já tem dois anos que solicitamos para a prefeitura a construção de um murro de contenção, e agora está ficando cada vez piores com as chuvas. Próximos de minha casa vivem 11 pessoas em mais três casas, onde todos foram notificados pela defesa civil. A prefeitura prometeu construir um muro de contenção e, em vez disso, apenas manda a notificação para sairmos. Estou preocupada porque não tenho para onde ir, se fizessem a obra na época que prometeram nada disso seria necessário, eu e os demais moradores não sabemos mais o que fazer - confessa.

Orçada, mas não licitada

De acordo com o coordenador de obras e serviços públicos de Barra Mansa, Lindolfo Camargo, a prefeitura fez o projeto da obra e começou um processo licitatório ainda no ano passado, mas nenhuma empresa se interessou pelo serviço.

- Como é um local de difícil acesso e com a quantidade de outros serviços no município, as empresas não se interessaram pela obra. Já fizemos mais de uma licitação, levamos algumas empreiteiras ao local, mas, por enquanto, não apareceu nenhuma construtora interessada. A obra atualmente está alçada em torno de R$ 90 mil e, como a cidade está com excesso de obras, continuamos na expectativa de conseguirmos um interessado - conclui Lindolfo.

Com relação ao risco que os moradores daquela área podem correr, o coordenador de obras explica que o procedimento padrão da prefeitura foi feito, interditando o local por uma questão de segurança da vida e do patrimônio dos moradores. Com isso, quem precisar sair terá direito ao aluguel social e a área só será desinterditada quando for comprovado que não há mais risco de desabamento.

Lindolfo afirma que 63 áreas foram monitoradas pela prefeitura em conjunto com o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) em dezembro, com o governo municipal tomando todas as providências necessárias a partir do momento em que tem conhecimento de problemas no local - como ocorreu, segundo ele, na Rua Orlando Brandão, no Ano Bom.



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